As vantagens principais do carvão e do petróleo, durante os períodos em que foram dominantes, eram a sua abundância e baixo custo. Actualmente, além do impacto ambiental, o preço no mercado está aumentando cada vez mais com a escassez de suas reservas, que no caso do petróleo, já se sabe estarem extintas aproximadamente em 2045 (fonte: Grupo Shell). Viu-se necessário criar uma nova fonte de energia menos poluente, mais abundante e renovável.
A Célula a Combustível é capaz de gerar uma grande quantidade energia de alta eficiência, emitindo apenas vapor de água na atmosfera, quando utiliza o hidrogênio como combustível. Este é uma fonte de energia abundante e renovável obtido através da hidrolise da água.
O princípio de funcionamento da célula a combustível é simples: ar é alimentado de um lado de uma membrana permeável a íons H+ e não à molécula H2, enquanto o combustível (hidrogênio gasoso e úmido para manter a condutividade da membrana) é alimentado do outro, de forma que o combustível sofra uma “combustão a frio”. Neste processo, as cargas elétricas são liberadas e coletadas por placas condutoras para o seu aproveitamento num circuito elétrico. Portanto, a célula a combustível funciona como uma bateria, através de uma reação eletroquímica entre o combustível e um oxidante, produzindo eletricidade. Entretanto, ela não acumula energia internamente, e não é restrita pela quantidade de energia dentro da pilha, como no caso da bateria.
Em vista da necessidade de remodelação dos sistemas de transportes devido, em parte, a grande quantidade de poluição que estes liberam, o Governo Brasileiro por meio do MME - Ministério de Minas e Energia e a EMTU/SP – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo, com apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e do GEF (Global Environmental Facility), decidiram apoiar um Programa para estimular o desenvolvimento e a utilização de ônibus com célula à combustível hidrogênio pela conservação de energia e eficiência da conversão energética, a redução de emissão de poluentes e o maior conforto promovido ao público (mais silencioso e mais estável) promovidas por este.
O sistema de tração dos veículos a hidrogênio se compõe de um sub-sistema armazenador de hidrogênio, um de células a combustível, um sub-sistema de tração composto de motor elétrico e comandos eletrônicos e um conjunto de equipamentos auxiliares (como compressores, para o gerenciamento da alimentação de ar e combustível, sistema de controle da variação de potência, etc). Para a construção de ônibus, esse sistema de tração é aplicado em um chassi apropriado, ao qual se agrega a carroceria.
O Brasil, que já é o país que mais utiliza a energia renovável no mundo (41% da energia consumida), é um dos paises com mais chances no cenário mundial de aproveitar essa nova fonte energia. Devido á grande quantidade de rios e aos sistemas hidroelétricos, além de sua extensa costa marítima e das reservas de gás natural, o Brasil pode ser um grande produtor de hidrogênio, tanto para uso interno quanto para exportação.
Visto as condições ambientais vigentes em São Paulo, tornou-se necessária à criação de uma alternativa para o transporte público que diminua os impactos ambientais, gerados pela poluição sobre a cidade.
Como parte deste projeto a EMTU/SP – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo esta realizando um teste operacional com ônibus movidos à Célula à Combustível Hidrogênio com 12 metros de comprimento e capacidade para 90 pessoas no corredor Metropolitano S. Mateus – Jabaquara, mais uma estação de produção e abastecimento de hidrogênio, com intuito de avaliar e estabelecer as exigências técnicas mínimas para garantir a durabilidade do veículo e torná-los economicamente competitivos.
Esta é a segunda fase do Projeto. A próxima fase consistirá na geração de uma garagem de ônibus completa para operação com ônibus com Célula à Combustível Hidrogênio, com uma frota de 100 a 200 ônibus. A quarta fase envolve um maior desenvolvimento na RMSP e outras áreas metropolitanas brasileiras, da produção em série dos ônibus em base comercial.
Pretendemos discutir, portanto, a questão econômica (custos com implantação e manutenção), social (viabilidade de repasse de custos para a sociedade, bem como sua eficiência), política (conflitos de interesses entre as empresas e o estado) e principalmente ambiental em nesta nova proposta, que oferece alternativa limpa para o transporte publico: a substituição do uso de combustíveis fósseis por Células à Combustível Hidrogênio, que emitem menores quantidades de poluentes.
A Professora
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